Outro dia fui a uma loja recém inaugurada num shopping. Eu conhecia a marca pelo virtual, tinha vontade do produto, mas nunca tinha comprado. Ao vivo, era mais fácil. Durante a compra, já cheguei pedindo o carro chefe da marca. Achei estranho porque a vendedora não pareceu familiarizada com o que eu vinha falando. Questionei: “Será que eu entendi errado? Mas no Instagram só se fala nesse produto!”
A vendedora entendeu e disse que não era o carro chefe. ok. Eu chequei o Instagram da marca e era o carro chefe sim. Mas tudo bem. Ela sabia tudo sobre os produtos, me atendeu lindamente, comprei meus produtinhos e pronto.
Óbvio que eu ia puxar papo com a gerente e assim aconteceu:
– Me conta… vocês foram treinadas antes de inaugurar?
– Não o quanto deveríamos, porque tínhamos que abrir a loja logo.
Muitos funcionários, mesmo quando são treinados, não se sentem o bastante treinados. Então, eu precisava me aprofundar.
– Entendi! Mas você sabe tudo dos produtos…! – deixei propositalmente em aberto pra ouvi-la.
– Ah, eu aprendi uma parte no treinamento… já vim vender.. aí o resto eu aprendi pesquisando e estudando.
Ela deu um jeito! A baixa qualidade do treinamento salta quando ela não conhecia o principal produto da marca. Mas o “jeito” que ela deu garantiu o domínio mínimo sobre os produtos. Ela sabia descrevê-los e demonstrá-los.
No final das contas, é a empreendedora deveria ter ajustado melhor o treinamento, mas quer saber? Ele fez o principal: contratou a pessoa certa, que não ia ficar reclamando de falta de treinamento e ia atrás de aprender, ia dar um jeito. Ponto pra ele. Ponto para gerente. Ganham os clientes.
A falta de treinamento vai trazer impacto no longo prazo. Não treinar o time para vender um produto super tecnológico certamente não é a melhor estratégia, tende a não ser nada sustentável. Espero, espero mesmo, que a empreendedora
cuide disso logo. A gerente desenrolada merece ser treinada, mesmo que ela aprenda tudo sozinha até lá. E até lá, que ela siga dando jeito pra todos os desafios que aparecerem.