Quero falar de coragem através de histórias rápidas, pode ser?
História 1
Maria estava sem ânimo para trabalhar por aqueles tempos. Acabou não construindo boa conexão com seu chefe. Eis que chegou o período de avaliação de desempenho, em que exporia a forma que avaliou seus liderados a seu chefe.
Durante a apresentação não conseguiu encontrar as melhores palavras pra descrever seu liderado potencial. Foi desafiada por seu chefe, que não concordava quão bem ela havia avaliado o POTENCIAL. Maria não conseguiu se mostrar convincente, durante a calibração e não teve coragem de enfrentar a mesa em defesa de seu funcionário. Pela falta de coragem de Maria, o POTENCIAL foi prejudicado com sua carreira certamente sendo atrasada, seja por Maria não ter enfrentado o superior, seja por ela não ter, no dia a dia, mostrado a todos como o POTENCIAL contribuía com o dia a dia de trabalho e fazia diferença para as entregas do grupo.
História 2
Faltava recurso para garantir as entregas e Maria sabia e percebia isso. Percebia também que seu time andava estressado e sobrecarregado. Mas como pedir mais recursos a empresa? Como pedir mais recursos se sequer estava conseguindo bater as metas?
Era melhor ir levando e tentando achar soluções para entregar o que desse para entregar com o que tinha disponível, mesmo sabendo que não era possível. Fingia-se que era possível, alinhava-se o discurso a isso. Maria começou também a ouvir cada vez menos as lamentações verdadeiras do time, já que não haveria de usá-las. O time, portanto, passa a interpretar Maria como omissa e distante. O time passa a se desmotivar ou também fingir que estava motivado a entregar, porém sabendo que a entrega jamais viria sem que o recurso aparecesse.
História 3
Maria não se dava bem com seu novo chefe. Ele era autoritário, centralizador, egocêntrico. Suas ideias não eram ouvidas ou se eram, o tal chefe se apoderava tirando-lhe o mérito.
Maria desistiu de mostrar ideias, levar argumentos para melhorar o negócio. Se apagou. Certa vez seu melhor funcionário trouxe uma ótima oportunidade. Mas maria não tinha ânimo de mostrar a seu chefe. Tinha a crença sólida de que ele ia ignorar porque a ideia não era dele ou ele ia tomar a ideia pra si. Maria não levou a ideia do liderado, perdeu o negócio e o liderado, com o tempo e a repetição desse comportamento, foi ficando chateado com suas ideias boas sendo engavetadas.
Percebe onde entra a coragem em cada qual das 3 histórias? Liderar exige coragem. Exige também controle de suas emoções e discernimento de quando é preciso avançar e quando é necessário recusar. Nas micro ações do dia a dia, o exercício da função de liderar é praticar a coragem.