Achar jeito.

achar jeito

Sexta a tarde, fim de expediente, próximo a caneta cair e a energia do final de semana subir. Eis que cai um avião e tira a vida de 62 pessoas.

Aquele dia que só era pra se comemorar a medalha de ouro da dupla do vôlei de praia as Olimpíadas.

Aquela sexta, véspera do dia dos pais, em que a programação era encontrar com o seu no domingo.

Mas cai o avião e parece que tudo toma rumo de questionamentos: e se fosse eu, e se fosse alguém da minha família? Todos os voos que você fez em avião de pequeno porte voltam à memória; você se questiona se está vivendo bem; aquele incômodo recorrente volta forte, exigindo providências.

A vida é frágil, estamos sempre ocupados, trabalhando muito, tentando sobreviver às metas, prazos e problemas. Um voo que cai nos sensibiliza: precisamos hierarquizar o que é importante, precisamos saber o que queremos e para onde estamos indo. Nos chacoalha.

E de verdade? A maioria de nós não sabe bem o que quer nem pra onde está indo. Porque essa tende a ser mais uma demanda: é complexo, exige uma dedicação extra em investigar, se observar, decidir. Seguimos então resistindo, levando os dias.

Mas o louco é que quando você não sabe ao certo a que veio, mais vai aparecer trabalho, e demanda, e urgências pra te levar a lugares que “não são seus”, não foram escolhidos por você.

Essa é a dualidade: quanto menos sabemos para onde ir, seremos direcionados a mais trabalho X descobrir para onde ir é também árduo, exige tempo, busca, autoconhecimento.

Faz parecer que só trabalharemos menos para “aproveitar melhor a dádiva da vida” no dia que já tivermos investido muito, trabalhado muito, buscado muito, tentado muito. Ou, é achar jeito.

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