Estou há alguns dias com uma matéria que li ecoando em minhas ideias. Falava sobre o uso de remédio destinado a pacientes com TDH com a finalidade de produzir melhor no trabalho. Remédio para trabalhar. É assustador pensar que as pessoas estão se drogando para render melhor.
Assustou ainda mais que ao trocar ideia com algumas pessoas, elas me acharem boba de não conhecer ou concordar tão claramente essa realidade. “Mas isso não é novo! Mas isso é o que é”. “Oxi, te assusta em quê?”
Ok. Eu já sabia que as drogas estavam em todos os lugares. Acho que é um tema que vem sendo alertado desde 2018… ou sempre… não sei!! Mas daí a ser uma matéria na BBC, com evidências, opinião médica levantado preocupação e uma certa normalização da cena? Não consigo normalizar isso. Sério: é pra normalizar?
Sou do time que entende o café e energético o bastante. Mesmo assim, café demais porque? Pra quê? É sustentável? É isso. Sou do tempo do que é sustentável. É sustentável o trabalho assumir esse papel nas nossas vidas: atividade que demanda de drogas para se efetivar bem?
A matéria falava também da “concorrência desleal”, já que profissionais que tomam o remédio se tornam mais produtivos, atentos, focados. Fiquei extasiada de pensar que não existia apenas a abordagem de saúde. Já se discute que a concorrência é desleal, o que pra mim é uma normalização do absurdo de haver pessoas tomando droga para produzir.
Alguém avisou a todos que essas drogas viciam? E os médicos que receitam sem haver uma fundamentação? Alguém entende o peso que é é se tornar viciado em algo para ser um bom profissional?
O que mais demanda atualmente para ser um bom profissional? O preço a se pagar para ser esse tal bom profissional é justo? Conhece-se esse preço?
O fato é que para lidar com a complexidade do mundo atual, nem falo só do trabalho, de fato é preciso se cuidar e achar fontes de energização, de saúde para conseguir aguentar o rojão. Sigo na ideia de que exercício físico, boa alimentação e terapia seria um bom combo. Uma pitada de meditação vai bem também. Cuidar de se desenvolver e se manter atualizado, tende a gerar segurança e também ajudar bastante. Lá no Programa Primeira Liderança, o último módulo se dedica a falar desse assunto, inclusive.
Remédio, só quando de fato há uma doença mental que aponte pra essa necessidade.